terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Em encontro com consagrados, Papa pede proximidade e esperança

Proximidade e esperança e não ao terrorismo das fofocas. Essas foram palavras do Papa Francisco a religiosos e religiosas recebidos em audiência nesta segunda-feira, 1º. A audiência foi por ocasião do Jubileu da Vida Consagrada, na véspera da conclusão do ano a ela dedicado. Francisco abandonou o discurso preparado para falar espontaneamente.
O Santo Padre explicou que se os religiosas jogam uma “bomba de fofoca” em suas comunidades, isso não é fazer proximidade, e sim fazer a guerra, afastamento, distância. Eliminar o terrorismo das fofocas seria um grande sucesso para a Igreja e um sucesso de santidade nesse Ano da Misericórdia, acrescentou.
Francisco também falou da necessidade de esperança, algo que a ele mesmo custa tanto. Ele contou que quando recebe bispos no Vaticano e pergunta sobre a quantidade de seminaristas, a resposta gira em torno de 4 ou 5. “Senhor, o que acontece, por que o ventre da vida consagrada se torna tão estéril”, questionou o Papa.
Diante dessa realidade, Francisco fez uma “brincadeira”, dizendo que algumas congregações religiosas chegam a fazer uma “inseminação artificial” para ter novas vocações: simplesmente vão recebendo pessoas, e depois surgem problemas. “Deve receber com seriedade, deve discernir bem que essa é uma verdadeira vocação e ajudá-la a crescer”, pediu Francisco.

Para essa desesperança da esterilidade na vida consagrada, a resposta deve ser a oração, disse o Papa, uma oração sem cessar, a exemplo de Ana, mãe de Samuel, que rezou insistentemente a Deus pedindo o dom da maternidade. “Eu pergunto a vocês: o seu coração, diante dessa falta de vocação, reza com essa intensidade? O Senhor que foi tão generoso não faltará na sua promessa, mas devemos pedir, devemos bater à porta do seu coração”, disse o Papa alertando sobre o perigo de, diante da falta de vocações, acontecer o apego ao dinheiro.
O Santo Padre agradeceu a todos os consagrados pelo carisma de cada um, pelo trabalho que desempenham na Igreja. “O que seria da Igreja se não tivéssemos as irmãs?”, disse, recordando o exemplo de uma irmã que conheceu em sua viagem à África: aos 83 anos, a religiosa está na África desde os 23 ou 26, trabalhando em um hospital como enfermeira.
“Por favor, não se esqueçam a profecia da obediência, a proximidade, o próximo é mais importante. Depois, a esperança, que o Senhor faça nascer filhos e filhas nas vossas congregações. E rezem por mim. Obrigado”, concluiu o Santo Padre.
O discurso improvisado de Francisco foi antecedido pelas palavras do prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, o cardeal brasileiro João Braz de Aviz.

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