segunda-feira, 10 de março de 2014

Igreja celebra um ano de pontificado do Papa Francisco

Até os primeiros dias do mês de março de 2013, ele era apenas o cardeal Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires. Na tarde daquela quarta-feira, 13 de março de 2013, a fumaça branca surgiu do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Depois de cinco votações, os 115 cardeais tinham escolhido um novo pontífice, para suceder o alemão Bento XVI, que havia renunciado. Depois de uma hora, as portas da sacada da Basílica de São Pedro se abriram. O cardeal proto-diácono Jean Louis Tauran anunciou o tão esperado 'habemus papam'. Quem seria o eleito? Um europeu, um norte-americano? Um africano? Nenhum deles! O escolhido era latino-americano. O argentino Jorge Mario Bergoglio, que encantou a multidão que estava na Praça de São Pedro, e o mundo inteiro que acompanhava pelos meios de comunicação, logo nos primeiros momentos como Papa. Pediu que as pessoas rezassem por ele. E mais: o cardeal jesuíta encantou também ao anunciar que escolhera o nome de Francisco.
Passado um ano da eleição, Francisco, o primeiro papa nascido no continente americano, continua a conquistar as pessoas, pelos gestos e palavras.
São Leão Magno
Um dos membros do clero da Arquidiocese de Natal vive bem perto do Papa Francisco. É o Padre Flávio Medeiros Filho, residente em Roma, membro da Comissão Litúrgica do Vicariato da Cidade do Vaticano, cerimoniário da Basílica Vaticana e educador de seminaristas menores.
Padre Flávio, ao falar do Papa Francisco, recorda São Leão Magno. "Ele (Francisco), em seu magistério e serviço à Igreja atualiza perfeitamente a expressão bem atual da sabedoria de um outro Papa: São Leão Magno, que viveu no século V. Leão Magno, no quarto dos seus sermões, afirma: 'Dignou-se de Deus conceder a este homem uma grande e admirável participação no seu poder; e, se Ele quis que os outros chefes da Igreja tivessem com Pedro algo em comum, foi por intermédio de Pedro que isso lhes foi concedido."
Segundo o padre natalense, essa afirmação de Leão Magno é uma prova do trabalho de equilíbrio que o Papa Francisco quer estabelecer entre o Primado Romano e a colegialidade dos bispos. "É algo desde sempre presente na história e, portanto, não se trata de novidade, mas de atualização da própria constituição da Igreja, que terá sempre presente as reformas e correções, a fim de que esteja sempre arraigada no Evangelho e na própria tradição", destacou Padre Flávio.
"O Papa Francisco é um homem extremamente simples. Podemos logo detectar que é alguém que é da América Latina, porque somos mais que comunicativos. Ele é fruto do lugar onde nasceu e absorveu a cultura latinoamericana", define o arcebispo emérito de Natal, Dom Heitor de Araújo Sales.
Sem protocolos
Quem acompanhou a Jornada Mundial da Juventude, que foi realizada no Rio de Janeiro, no ano passado, ou que, de algum modo, acompanha as notícias do Vaticano, certamente tem fatos curiosos do Papa Francisco para lembrar. Padre Flávio Medeiros, diz: "são tantos os momentos em que se toca com a mão a espontaneidade, despojamento e atitudes do Santo Padre, quotidianamente."
O padre natalense, destaca um fato, em especial, que ele presenciou, no início de outubro do ano passado. "O Papa deveria celebrar a Santa Missa no altar de João Paulo II, mas decidira isso na noite anterior. Ao amanhecer, bem antes das 7 da manhã, enquanto a Basílica de São Pedro ainda estava fechada para os fiéis, vimos o Santo Padre entrar pela lateral, desprovido de companhias e seguranças, completamente só. Era a primeira vez que eu via um Papa sem o acompanhamento normal do seu séquito. Acolhemos-o quando concluiu a visita eucarística e, após aquela missa, concelebrada pelos sacerdotes poloneses, ele agradeceu e pediu orações. Essa atitude, fruto da sua espontaneidade argentina e da sua piedade e espiritualidade, ficou bastante gravada em minha memória," relata Padre Flávio Medeiros.
Em setembro do ano passado, Dom Heitor Sales; acompanhado do diretor da Faculdade Dom Heitor Sales, Padre Valquimar Nogueira, e do assessor jurídico da Arquidiocese, Diácono Francisco Teixeira, estiveram em Roma, e tiveram o oportunidade de se hospedar na Casa Santa Marta, atual residência do Papa Francisco. Dom Heitor relata como foram os contatos com o Pontífice. "Logo na primeira noite, estávamos no refeitório, quando vimos o Papa entrar lá como qualquer outro, para jantar. Fui até ele e me apresentei. Eu também havia me inscrito para concelebrar com ele, na capela da Casa Santa Marta. Na manhã seguinte, 10 de setembro, eu e um arcebispo italiano já estávamos paramentados na sacristia, quando o Papa chegou. Ele, que havia se paramentado em uma sala vizinha, cumprimentou o outro arcebispo em italiano. Em seguida, olhou pra mim, com um sorriso e disse 'bom dia', em português", conta o arcebispo emérito de Natal. Dom Heitor também recorda o momento da Oração Eucarística. "Era a oração eucarística II. Coube a mim, rezar a parte que diz: 'lembrai-vos, ó Pai, da vossa Igreja que se faz presente pelo mundo inteiro: que ela cresça na caridade com o Papa Francisco...' Foi marcante porque, naquele momento, eu estava tão próximo do Papa", comenta.
Dom Heitor acredita que Deus enviou o Papa Francisco para governar a Igreja Católica, no momento atual. "Ele (o Papa) é extremamente objetivo e fiel à Igreja e a Cristo. É a fidelidade a Jesus Cristo e não ao mundo", destaca.
Relação com o Papa emérito
Desde 28 de fevereiro de 2013, Bento XVI, por vontade própria, deixou de ser o chefe da Igreja Católica. Após a renúncia, ele decidiu recolher-se em oração e viver no Mosteiro Mater Ecclesiae, em Roma. Isso, no entanto, não distancia o Papa Francisco do Papa emérito. "Semanalmente, são duas, ou pelo menos uma visita de Francisco ao Papa emérito. E para algumas circunstâncias, Francisco, cheio de afeto, pede a presença de Bento, o qual desejaria permanecer em casa, mas, em atenção e quase numa atitude de obediência, aceita o convite e se faz presente, como quando abençoaram a imagem de São Miguel, nos jardins do Vaticano, ou mesmo no último consistório, dia 22 de fevereiro", conta Padre Flávio. E prossegue: "Papa Francisco é um pontífice inserido na raiz da tradição verdadeira e imutável da Igreja, como de resto todos os predecessores que no século passado, e neste, pastorearam com suor e lágrimas o rebanho de Jesus".

Fonte: Arquidiocesedenatal

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