sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Papa Francisco à FAO: O faminto “nos pede dignidade, não esmola”


ROMA, 20 Nov. 14 / 03:36 pm (ACI).- O Santo Padre participou na manhã desta quinta-feira, 20, na II Conferência Internacional sobre nutrição da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, conhecida como FAO, que se celebra em Roma desde quarta-feira e concluirá amanhã. Em sua intervenção na sede da FAO o Papa Francisco assegurou que o faminto, a quem os estados devem prestar sempre atenção, “pede-nos dignidade, não esmola”.
“Enquanto se fala de novos direitos, o faminto está aí, na esquina da rua, e pede carta de cidadania, ser considerado em sua condição, receber uma alimentação de base sadia. Pede-nos dignidade, não esmola”, disse o Papa ante os aplausos dos presentes na Sala da Plenária da FAO.
O Papa explicou o trabalho da Igreja em matéria de nutrição e destacou que Ela “sempre busca estar atenta e solícita respeito a tudo o que se refere ao bem-estar espiritual e material das pessoas, acima de tudo, dos que vivem marginados e são excluídos, para que se garanta sua segurança e sua dignidade”.
“Vivemos em uma época em que as relações entre as nações estão muito frequentemente danificadas pela suspeita recíproca, que às vezes se converte em formas de agressão bélica e econômica, escava a amizade entre irmãos e rechaça ou descarta o que já está excluído”.
Isto “sabe bem quem carece do pão cotidiano e de um trabalho decente. Este é o quadro do mundo, no qual devemos reconhecer os limites de colocações apoiadas na soberania de cada um dos Estados, entendida como absoluta, e nos interesses nacionais, condicionados frequentemente por reduzidos grupos de poder”.
A seguir o Santo Padre expressou sua esperança de que “os Estados se inspirem na convicção de que o direito à alimentação só ficará garantido se nos preocupamos com seu sujeito real, quer dizer, a pessoa que sofre os efeitos da fome e a desnutrição” para remarcar depois uam vez mais a preocupação do “sujeito real”.
“Talvez nos preocupamos muito pouco dos que passam fome. Dói constatar além disso que a luta contra a fome e a desnutrição se vê obstaculizada pela ‘prioridade do mercado’ e pela ‘preeminência do lucro, que reduziram os mantimentos a uma mercadoria qualquer, sujeita a especulação, inclusive financeira”.
O Pontífice chegou à sede da FAO às 11 horas e pronunciou seu discurso depois da intervenção da Rainha Letizia da Espanha.
A FAO tem como objetivo propor e desenvolver medidas e atividades internacionais que erradiquem a fome. Nesta Conferência participaram chefes de Governo e de Estado de todo o mundo, assim como peritos em matéria de alimentação.

Fonte: http://www.acidigital.com/

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