quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Formação: Como compreender castidade e sexualidade

A sexualidade constitui as características próprias do ser homem e do ser mulher inscritas em seu próprio corpo. Ela define as características físicas, psicológicas, emocionais, da personalidade e também da genitalidade masculinas e femininas. A sexualidade abrange todos dos aspectos da vida humana, na sua unidade de corpo e alma1. Diz respeito a todo ser masculino e a todo ser feminino. Tanto o homem como a mulher têm um modo característico de ser, de se manifestar, de se comunicar, de perceber as coisas, de sentir, de se expressar, de viver e conviver, definidos em sua própria sexualidade. Essas características no homem e na mulher são diferentes e complementares.
Segundo o Dicionário Teológico da Vida Consagrada, “a castidade é a virtude que regula a sexualidade segundo os valores do Evangelho”. Portanto, ordena as características físicas, psicológicas, emocionais, da personalidade e também da genitalidade do homem e da mulher. Pela castidade, recuperamos o sentido positivo, belo e plenificador do existir humano.
O Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 2337, nos ensina que “a castidade é a integração correta da sexualidade na pessoa, e com isso a unidade do homem em seu ser corporal e espiritual”. A castidade leva o homem a encontrar sua unidade interior, que significa ter o seu ser integrado em todas as suas dimensões: física, psicológica e espiritual. Isso acontece, porque a castidade ordena a sexualidade e a direciona para Deus.
Ser casto é ter autodomínio para viver o amor, que é autodoação. Só aquele que tem autodomínio pode se doar na sua verdade de forma gratuita, pois “ninguém pode dar aquilo que não possui. Se a pessoa não é senhora de si — por meio da virtude e, concretamente, da castidade — falta-lhe aquele autodomínio que a torna capaz de se dar”2 . Ter uma sexualidade ordenada é adquirir autodomínio sobre os impulsos da carne e os desejos do coração.
O trabalho da sexualidade, pela castidade, envolve uma série de pontos específicos: o sentido justo do corpo; o relacionamento interpessoal; a imagem de si e dos outros; o domínio e orientação do prazer; a descoberta de valores como amor, amizade e doação.
A sexualidade é humana, e não podemos buscar uma que seja de anjo, desencarnada, pois ela é parte integrante da pessoa, personaliza e dá identidade a ela. O homem não somente tem um corpo, mas é corpo, capaz de exprimir o que o espírito sente e quer comunicar: amor e alegria, ânsia e raiva, atenção pelo outro ou exclusivo interesse por si.
Toda pessoa tem desejos sexuais e isso é normal e bom. O primeiro passo para uma sexualidade integrada é aceitar-se como sexuado e reconhecer com naturalidade as suas pulsões. Não podemos ter uma visão negativa da sexualidade e dos instintos sexuais. Ver os instintos humanos como maus é ter uma postura errada e contrária à da Igreja.
Somente o amor oblativo pode ser porto sereno do impulso sexual. Quanto mais a sexualidade girar sobre si mesma, mais a pessoa será frustrada, pois ela não conseguirá saciar-se e buscará, cada vez mais, satisfação naquilo que não pode obter.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Nossa Padroeira

Nossa Padroeira

Interior da Nossa Capela

Interior da Nossa Capela